Outro produto de plano mental são as conhecidas “formas mentais”, que se produzem pela emissão de vibrações. Sua construção assemelha-se às formas astrais plasmadas pelas emoções no plano astral, de que já falamos. Analisemos.
O pensamento emitido provoca uma série de vibrações na matéria do plano mental, o que faz que as partículas desse plano se organizem em formas - tal como as vibrações sonoras provocam movimentação e desenhos em pó finíssimo sobre membrana vibrátil. A matéria do plano mental, assim movimentada pela projeção das vibrações do pensamento, une-se para plasmar a forma idealizada pela mente; em geral, se a mente é forte, as figuras são brilhantes e coloridas, mantendo-se vivas e em movimento durante bastante tempo.
Essas formas podem ser “vistas” por videntes e clarividentes que tenham bastante sensibilidade e quase sempre assumem coloridos belos, se o pensamento for puro, emitido por mente de escol. Quando o pensador é involuído, mas de mente forte, as formas são tenebrosas.
Quando a criatura tem a mente forte, mas oscila entre elevação e baixeza, as formas mentais também acompanham essas oscilações, e ora se formam figuras belas, ora hediondas. Os próprios emitentes podem vê-las e se espantam, sem compreender, de ora verem figuras de “santos”, ora de “demônios”, ora símbolos sagrados, ora armas de guerra e cenas de sangue. Tudo, porém, é criação de formas mentais saídas de seus próprio pensamentos.
Essas formas são vivificadas pelo pensador, enquanto duram seus pensamentos. Se estes forem constantes, perduram longamente e agem, impulsionados pelas vibrações que as fizeram nascer.
Arthur E. Powell afirma que:
1) a qualidade do pensamento determina a cor;
2) a natureza do pensamento determina a forma;
3) a precisão do pensamento determina a nitidez da forma.
O plano mental, na humanidade atual, é formado de nuvens de formas irregulares e cores terrosas, pois a maioria dos pensamentos provém de criaturas ainda involuídas.
Quando, por exemplo, um pintor ou escultor, imagina uma sua futura obra de arte, seu pensamento cria, com sua própria matéria mental, uma imagem real dessa obra no plano mental; é o que os filósofos denominam “ideação”. E essa imagem perdura de tal modo, que o artista pode copiá-la, na tela ou no mármore. E como jamais consegue reproduzi- la exatamente como a vê, pela deficiência da matéria grosseira em imitar a plasticidade e a cor da matéria mental, todo verdadeiro artista é um insatisfeito, um angustiado pela perfeição. E sobretudo as cores que vê no plano mental, jamais podem ser reproduzidas com exatidão absoluta.
O mesmo ocorre com arquitetos, músicos, inventores, etc. Com os romancistas dá - se o mesmo: as personagens criadas mentalmente existem de fato, movimentam-se, agem, falam, construídas pela matéria mental do autor; e se perduram, imaginadas durante muito tempo, podem até sobreviver a seu criador e ser por ele vistas quando desencarna, como espécimes vivos que a ele se agregam.
A própria faculdade humana da imaginação traz seu nome dessa capacidade de “criar imagens” no plano mental. E se a imaginação, nos cérebros descontrolados e não evoluídos pode ser chamada, como o foi, a “louca da casa”, nos grandes artistas é a responsável pela própria grandeza deles. Porque estes podem fixá-las pela concentração até reproduzi-las na matéria densa, enquanto os primeiros nada fixam de concreto, e a matéria mental age com verdadeiro descontrole, plasmando centenas de figuras por minuto, saltando de coisas boas a ruins, de belas a feias, de agradáveis a horrendas, como a ventoinha biruta que não sabe e não pode fixar-se porque o vento não o permite.
Quando essas formas mentais são descrita pelos escritores e caem no domínio das multidões, passam a constituir figuras permanentes coletivas, com existência real no mundo mental, alimentadas pelos milhares de pensamentos nelas focalizados; é o caso de, por exemplo, Robinson Crusoé, de Sherlock Holmes, de “Emilia” (de Monteiro Lobato), etc.
Essas formas mentais não são apenas passivas: agem também ativamente de diversos modos. Podem apenas ficar flutuando em torno de seu criador, acompanhando-o a todos os lugares aonde vá (e por vezes são tomadas, pelos videntes, como “guias” se forem de vibração elevada), podendo mesmo tornar-se, se mentalizadas continuamente, defesas ativas de seu criador.
Entretanto, se forem de baixo teor vibratório, podem constituir-se “obsessores”; flutuando em redor de seu criador, reimprimem em sua mente as idéias por ele mesmo criadas, forçando a lembrar-se do que desejaria (por vezes!) esquecer, e forçando-o à monoidéia. A essas criações mentais muitos dão o nome de “demônios tentadores”, e outros
chamam de “obsessores”.
Se os pensamentos são constantes em determinado sentido podem levar o pensador quase inconscientemente à ação. Por exemplo, um pensamento continuo de vingança, pode resultar num homicídio; um pensamento de ajudar aos outros, pode levar a um ato de auto-sacrifício heróico; em ambos os casos a criatura se admira de haver agido assim, sem perceber que seu ato foi condicionado por longo pensamento.
Outro efeito é que, muitas vezes, vemos todas as coisas através de nossa criação mental, atribuindo a tudo a “cor” típica de nosso pensamento. Isso explica os preconceitos, as “implicâncias” para com certas pessoas, a simpatia para com outras, os julgamentos e criticas, e tantas outras coisas que, se bem analisadas, não teriam outra explicação.
Texto retirado do livro: Técnica da mediunidade. autor Carlos Torres Pastorino. paginas 156 a 158
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