quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A lenda da árvore

No princípio do mundo, quando os vários reinos da Natureza já se achavam apaziguados e enquanto o ouro e o ferro repousavam no subsolo; o homem, os animais de grande porte, os passarinhos, as borboletas, as ervas e as águas viviam na superfície da Terra... E o Supremo Senhor, notando que os serviços planetários se desdobravam regularmente, chamou-os ao seu Trono de Luz, a fim de ouvi-los.
A importante audiência do Todo-Poderoso começou pelo Homem, que se aproximou do Altíssimo e informou:
- Meu Pai, o globo terrestre é nossa gloriosa oficina. Minha esposa, tanto quanto eu, se sente muito feliz; entretanto, experimentamos falta de alguém que nos faça companhia, em torno do lar, e nos auxilie a criar os filhinhos.
O Todo-Misericordioso mandou anotar a referência do Homem e continuou a ouvir as outras criaturas.
Veio o Boi e falou:
- Senhor, estou muito bem; contudo, vagueio sem descanso durante as horas de sol. Grande é a minha fadiga e a resistência cada vez menor...
Veio o Cavalo e reclamou:
- Eu também, Grande Rei, sinto aflitivo calor cada dia...
Aproximou-se a Corça e rogou:
- Poderoso, estou exposta à perseguição de toda gente. Não terei a graça de um ser amigo que me proteja e defenda?
Logo após, surgiu gracioso passarinho e suplicou:
- Celeste Monarca, recebi a bênção da vida, mas não tenho recursos para fazer meu ninho. Nas pastagens rasteiras, não posso construir a casa...
Adiantou-se a Borboleta e implorou:
- Meu Deus, tudo é belo no mundo; todavia, onde repousarei?
Em último lugar, chegou o Rio e disse:
- Grande Senhor, venho cumprindo os meus deveres na Terra, escrupulosamente, mas preciso de alguém que me ajude a conservar as águas...
O Supremo Soberano ficou pensativo e prometeu providenciar.
No dia imediato, toda a Terra apareceu diferente.
As árvores robustas e acolhedoras haviam surgido, representando a sublime resposta de Deus.

Livro - Alvorada Cristã (Chico Xavier - Neio Lúcio)

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