quinta-feira, 22 de março de 2012

14 – Última tentativa
                “ – Pai!
                Todos trazemos um passado que nos solicita reajuste e trabalho!
                Quem de nós já não perambulou perdido e lunático pelo reino das sombras? Quantas vezes, entregues à cegueira de nossas paixões inferiores, transformamo-nos em verdadeiros carrascos!
                Hoje libertos desses sentimentos pelo trabalho árduo e pelos incontáveis testemunhos, estamos despertos para a consciência cristã, colocando-nos à disposição para o amparo amigo.
                Contudo, Senhor, nós te suplicamos: concede-nos a força necessária a fim de que o teu amor possa vibrar nos corações iludidos, nas mentes enganadas, nas almas angustiadas!
                Dá-nos a sublime oportunidade de abraçarmos aqueles que caíram no caminho, os que foram maltratados no mundo, os que se revoltaram, aqueles que deixaram o coração endurecer por não entenderem tuas sábias leis.
                Concede-nos, Pai, a grata satisfação de sermos o bom samaritano da parábola de Jesus, que movido de íntima compaixão socorreu a pessoa humana em necessidade, sem se preocupara com a procedência do assaltado, se era pobre ou rico, moralista ou pecador, virtuoso ou malfeitor, socorrendo-o por ser simplesmente uma criatura humana, executando, em verdade, o maior mandamento.
                Hoje, estas almas se converteram em nosso próximo, pois que nos aproximamos delas com sincero interesse! Permite, por fim , que neste encontro que se assemelha a uma guerra, possamos transformá-lo num grande despertar das consciências comprometidas com o próprio progresso, abraçando-os junto ao peito, revelando, através de nossas atitudes, o teu eterno amor.
                Sê, por fim, Senhor, o sol de eterno fulgor que ilumina e aquece as almas mergulhadas nas águas glaciais da ignorância humana, para que, esclarecidas pelo Teu amor, possam encontrar o caminho que leva a Ti...”
                “... – Derrubem as barreiras magnéticas! Fora os amigos da luz! Fora os seguidores do Cristo! A Casa é nossa! Nossa!...”
                “... – Avante , comparsas! Antônio, apareça!
                O obsessor mor clamava pelo mentor da Instituição, desejava um confronto!
                - Antônio, esbravejava o fanático, eu o desafio. Por sua culpa estou prestes a perder todos os meus títulos na organização em que sirvo! Maldito seja por mil anos!
                Estamos prontos, vamos arrombar as portas fluídicas, estourar as barreiras protetoras, banindo-os daqui! Trabalhamos em nome das hastes infernais, das forças das trevas!
                O momento é nosso! Avante, camaradas!”
                Os dois trecos acima são para ilustrar o ocorrido no capítulo. O primeiro é uma oração dos Espíritos benfeitores para iluminar e trazer paz e proteção à Casa Espírita, o segundo são palavras de ordens que Júlio dizia aos seu comparsas para atacar a casa. Já de madrugada, Júlio não desistia mesmo já sabendo que seu fieis companheiros tinham sidos socorridos.
                De um lado palavras de amor e luz, do outro lado palavras rudes e com tom autoritário. É assim que acontece quando nosso irmão se aproxima e não transmitimos a ele paz e amor: as palavras ficam rudes, amargas como fel. Se colocarmos em práticas a doutrina  estaremos sempre transmitindo luz ao redor e é essa a diferença, o amor transforma e permite a nossa luz interior iluminar ao próximo.
                Vencido, Júlio volta a cidade espírita para se recuperar, mas é inútil, sua perturbação o fez atrair mais pensamentos negativos ao seu redor. Sem saber o que lhe espera Júlio se sente triste não entendo  o porque da tristeza.
                Mas como nós sabemos, é a necessidade de mudar que lhe batia a porta. Não permita que a tristeza o faça ir para o caminho da ignorância. Mude, seja o que for mude, sempre teremos uma segunda opção e Deus sempre a deixa mais perto de nós do que qualquer outra coisa.

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