Importância
do Culto no lar para as crianças
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir
a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele
comigo” Apoc. 3:20
Onde se faz uma prece, aí se acende uma luz.
Levar Jesus para dentro do lar através da prece aumenta nossa
responsabilidade cristã.
Luz inapagável passa a brilhar sobre o lar onde se ore com
verdadeiro amor, mesmo que seja uma só pessoa.
Ondas e vibrações harmoniosas envolvem o ambiente onde se instala o
hábito salutar da prece.
O Evangelho no Lar harmoniza a família conscientizando quanto à
necessidade da renovação de valores morais e espirituais tendo os ensinamentos
de Jesus como diretriz e guia.
O Culto Cristão no Lar
Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de
luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tornou os
Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo á conversação que se
fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:
- Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os
frutos de cada dia?
O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:
- Mestre, naturalmente escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra
os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou, de novo:
- E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?
- Certamente, Senhor - redargüiu o pescador, intrigado -, modela o
barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que
pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
- Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão.
De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus, por alguns instantes e aduziu:
Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a
primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima
exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a
mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira
aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o
lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se
não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, corno aguardar a harmonia das
nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa
luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e
continuou:
Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a
assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu
pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao
redor dela, a sementeira da felicidade e da paz da conversação e no pensamento?
O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz
através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a
fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a
multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não
encontrasse palavras adequadas para explicar-se murmurou, tímido:
- Mestre, seja feito como desejas.
Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra
edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu,
na Terra, o primeiro culto cristão do lar.
(Neio Lúcio, cap. “O Culto Cristão no Lar”, Jesus no Lar).
Dinâmica do Culto
·
Escolher um dia da semana e fixar horário para o Culto do Evangelho
no Lar de preferência aquele em que seja possível a presença de todos os
membros da família;
·
A duração do culto não deverá
ultrapassar 60(sessenta) minutos. Este tempo deverá ser consensado entre os
participantes levando-se em conta as condições da família, presença de crianças
e outros fatores;
·
Uma vez fixados o dia, horário e duração do culto, passar a
observá-los rigorosamente em função da assistência promovida pelos amigos
espirituais;
·
Providenciar água natural para ser fluidificada, condicionada em
quantidade suficiente para ser distribuída entre os presentes após a prece
final;
·
Iniciar o culto com a prece preparando o piso espiritual tanto a
nível individual como de ambiente, propiciando um clima adequado de recolhimento
e de alegria para melhor aproveitamento na assimilação dos recursos espirituais
e dos ensinamentos evangélico-doutrinários a serem desenvolvidos;
·
Fazer leitura e comentários sobre os textos lidos nas obras
escolhidas. A reunião poderá ser enriquecida com poesia, história ou narrativa
de fatos reais que possam ser analisadas à luz da doutrina espírita;
·
O coordenador do culto deverá incentivar a participação de todos
garantindo a correção de conceitos e pureza doutrinária visando aproveitamento
geral. De todos os assuntos discutidos, deve o coordenador fazer o fechamento,
sumarizando os aspectos morais e as lições educativas que levem os
participantes à reflexão e estímulo à reforma íntima;
·
Encerrar o culto com a prece de agradecimento, lembrando-se também
daqueles que não puderam estar presentes, parentes, familiares, amigos,
humanidade, vizinhos etc.
·
Distribuir a água fluidificada a quem desejar;
·
Procurar manter o clima de harmonia após o culto.
Sabendo a importância e os benefícios
que recebemos com o Cultor no Lar, vamos para o nosso foco que é a importância
para a criança. Essa importância quem nos fazer pensar sobre o que é uma
criança e como cumprir nossas obrigações é o próprio Pentateuco, onde o Livro
dos Espíritos nos esclarece nas questões 383 e 385:
383
– Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?
- O Espírito, encarnando para se
aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e
que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que
estão encarregados de sua educação.
385
– De onde vem a mudança que se opera no caráter em uma determinada idade e
particularmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica?
- É o Espírito que retoma sua
natureza e se mostra como era. Vós não conheceis o segredo que escondem as
crianças em sua inocência, não sabeis o que são, o que foram, o que serão e,
entretanto, as amais, lhes quereis bem, como se fossem uma parte de vós mesmos,
a tal ponto que o amor de uma mãe por seus filhos é considerado o maior amor
que um ser possa ter por outro. De onde vem essa doce afeição, essa terna
benevolência que até mesmo estranhos sentem por uma criança? Vós sabeis? Não; é
isso que vou explicar.
As crianças são os seres que Deus
envia em novas existências e, para não lhes impor uma severidade muito grande,
dá-lhes todo o toque de inocência. Mesmo para uma criança de natureza má suas
faltas são cobertas com a não-consciência de seus atos. Essa inocência não é
uma superioridade real sobre o que eram antes; não, é a imagem do que deveriam
ser e se não o são é somente sobre elas
que recai a pena.
Mas, não é apenas por elas que Deus
lhes dá esse aspecto, é também e principalmente por seus pais, cujo amor é
necessário para sua fraqueza. Esse amor seria notoriamente enfraquecido frente
a um caráter impertinente e rude, ao passo que, ao acreditar que seus filhos
são bons e dóceis, lhes dão toda a afeição e os rodeiam com os mais atenciosos
cuidados. Mas quando os filhos não tem mais necessidade dessa proteção, dessa
assistência que lhes foi dada durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e
individual reaparece em toda sua nudez: conservam-se bons, se eram
fundamentalmente bons; mas sempre sobressaem as características que estavam
ocultas na primeira infância.
Vedes que os caminhos de Deus são
sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, a explicação é fácil de ser
concebida.
De fato, imaginai que o Espírito das
crianças pode vir de um mundo em que adquiriu hábitos totalmente diferentes;
como gostaríeis que vivesse entre vós esse novo ser que vem com paixões
completamente opostos aos vossos? Como deveria se incorporar e alinhar-se entre
vós de outra forma senão por aquela de Deus quis, ou seja, pelo crivo da
infância? Aí se confundem todos os pensamentos, os caracteres e as variedades
de seres gerados por essa multidão de mundos nos quais crescem as criaturas. E
vós mesmos, ao desencarnar, vos encontrareis numa espécie de infância entre
novos irmãos; e nessa nova existência não-terrestre ignorareis os hábitos, os
costumes, as relações desse mundo novo para vós; manejareis com dificuldade uma
língua que não estais habituados a falar, língua mais viva do que é hoje o
vosso pensamento.
A infância tem ainda outra
utilidade: os Espíritos apenas entram na vida corporal para se aperfeiçoar e
melhorar; a fraqueza da idade infantil os torna flexíveis, acessíveis aos
conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É então que podem
reformar seu caráter e reprimir suas más tendências; este é o dever que Deus
confiou a seus pais, missão sagrada pela qual terão de responder. Por isso a
infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas é ainda a
consequência natural das Leis que Deus estabeleceu e que regem o universo.
As duas perguntas acima que Kardec
em sua sabedoria divina fez aos Espíritos, nos esclarece a importância de
reencarnamos como criança. Através da infância temos a misericórdia do
esquecimento e de recomeçarmos novamente aprendendo novas lições para o nosso
crescimento espiritual.
A criança como todos sabem, ainda em
processo de aprendizagem, fica mais flexível ao ensinamento do adulto podendo
ser moldada como queremos. Não podemos esquecer como esta na resposta da
questão 385 LE, que esse aprendizado deve ser aproveitado ao máximo na sua
infância para reformar seu caráter e suas más tendências. A infância é então
útil, necessária e indispensável e podemos dizer também uma ajuda aos pais para
receberem em família Espíritos que na vida passada não foram simpáticos entre
si. Diante da inocência e da fraqueza que vemos diante de nosso olhos, fica
mais fácil cuidar, educar e amar, pois as suas descobertas vão se basear em
nossas atitudes, em nossos exemplos e sempre devemos nos lembrar de Emannuel
que nos diz “o exemplo arrasta”.
Baseando-se nesses aspectos, entra o
Culto Cristão no Lar. Um dos recursos que Jesus nos deixou para trazer a
família o amor, a união, cumplicidade e a vivência de Seu evangelho no dia a
dia. Como nos primeiros anos a criança esta propicia ao aprendizado, o culto
será um grande aliado para a educação do Espírito, educação essa que é a única
que deixaremos de herança sem que ninguém a usurpe. O Culto no Lar será a base
da criança quando chegar o momento que ela se despertará para mundo, o seu
caráter, a sua noção de certo e errado já estará impressa em sua consciência e
ela tomará a decisão certa diante de suas dúvidas e obstáculos.
O Culto é recurso para a toda a
nossa existência, pois ele é a educação da alma, e toda educação é contínua e deve
ser respeitada e fazer parte da agenda de todos na família. A disciplina é a
aliada para a sua execução, sem falar que uma criança disciplinada e com noções
da vivência de Jesus é a diferença no orbe terrestre. Não podemos nos deixar
abalar quando a criança não se interessar pela Culto, ele deve ser executado e
os pais devem incentiva-los a participar. Deixar de lado o pensamento de que a
criança não presta atenção e que não vai dar em nada o Culto é uma postura da
família pois quando jovem, já com sua consciência acordada é a impressão da
infância dessa encarnação que prevalecerá em sua vida. Resumindo, é o que você
ensinou e exemplificou que fará com que sua luz brilhe.
Dicas para crianças
·
Inquietação das crianças
É normal que crianças,
especialmente as menores, fiquem inquietas, chorem, façam birras, puxem e mexam
em tudo. O melhor procedimento seja ignorar tais procedimentos motivando-as com
:
1.
Local adequadamente preparado
2.
Preparar o culto com temas cativantes e utilizar recursos didáticos
motivadores
3.
Livros, revistas e ilustrações apropriadas
4.
Delegar algum tipo de responsabilidade tais como: trazer água,
prece, apanhar livros, etc.
·
Livros
1.
A Cartilha do Bem, psicografia de Francisco C. Xavier, Espírito
Memei, Editora FEB;
2.
Pai Nosso, psicografia de Francisco C. Xavier, Espírito Memei,
Editora FEB;
3.
O Evangelho Segundo o Espiritismo para a Infância, de Maria Helena
Fernandes Leite, Edições FEESP;
4.
Coleção Grãos de Mostarda - Um projeto do Grupo de Estudos Espíritas
“Os Mensageiros”;
5.
Coleção Conte Mais – Um projeto da Federação Espírita do Rio Grande
do Sul - FERGS;
6.
Continente Imaginário, de Rita Foelker, Editora EME;
7.
Uma surpresa para Tina, de Rubens Toledo, Editora EME;
8.
Não vale a pena mentir, psicografia de Raul Teixeira, Espírito Levy,
Editora FRATER;
9.
Aprenda
a Conversar com Seu Anjo, psicografia de J. Raul Teixeira, Espírito Levy, Editora
FRATER;
10.
E para o resto da vida, de Wallace Leal V. Rodrigues, Editora O
Clarim;
11.
E muitos outros livros espíritas, com conteúdo evangélico-moral, que
auxiliam a cultivar os valores eternos (amor, caridade, paz, amizade, perdão,
etc).
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